quarta-feira, 25 de novembro de 2009

FERNANDO LIMA CONTINUA EM BELÉM



PERMANÊNCIA SIGNIFICA AUSÊNCIA DE CENSURA

Contrariamente ao que muitos pensam e ao que o próprio se encarrega de fazer passar, Cavaco domina muito bem os “tempos políticos” e sabe jogar com eles.
Numa primeira oportunidade, para tentar amortecer o alarido causado pela publicação no DN “do e-mail do Público”, Cavaco tomou uma medida relativamente a Fernando Lima, que não se percebia bem qual era, mas que dava a entender que havia um afastamento ou, no mínimo, uma suspensão.
Depois, Cavaco "enterrou-se" ainda mais com aquela célebre comunicação que ele próprio leu (e quase seguramente escreveu) a seguir às eleições legislativas. O efeito foi devastador.
Ciente do que aconteceu, Cavaco remeteu-se ao silêncio e recusou falar sobre temas que antes seguramente abordaria. Esperou que a maré virasse. E virou: lá veio a “Face Oculta”e tudo o que a ela anda associado.
Hoje todas as atenções estão voltadas para Sócrates, para os seus estimáveis amigos, para as teias que foram sendo tecidas na comunicação social, no capital financeiro, no capital industrial, nas muitas cumplicidades existentes a todos os níveis. E então Cavaco, fora dos holofotes, repõe Lima no seu antigo lugar ou em algo muito parecido, certo de que contará com a benevolência daqueles que, sendo “seus”, dele se tinham afastado ou deram indicações de o poder fazer, deixando no ar, com esta “renomeação”, a pergunta irónica àqueles dirigida: “Viram, estão vendo, pelo que sabem hoje, como eu tinha razões para estar preocupado?"
A permanência de Lima significa isso mesmo: completa ausência de censura…

1 comentário:

ARD disse...

Mas será este caso um caso de bom domínio dos "tempos políticos"?
É que, como algumas pessoas ligadas ao PS, com as quais é difícil não concordar quanto a isto, é quase irresístivel lembrar que, enquanto Belém e Lima esquadrnhavam o seu pequeno universo à procura dos sinais das escutas promovidas por Sócrates, o seu amigo Vara e talvez ele próprio já estavam a ser escutados.
Se fosse hábil a manejar "tempos políticos", o PR deveria ter esperado uma acalmia da "Face Oculta", não lhe parece?