terça-feira, 2 de setembro de 2008

ALGUNS DADOS ESTATÍSTICOS RELATIVOS ÀS RELAÇÕES COMERCIAIS UE-RÚSSIA


O QUE FALA MAIS ALTO

A UE exporta para a Rússia 1.238.847 milhões de euros e importa 1.424.424 milhões de euros.
Na Europa, o grande parceiro comercial da Rússia é a Alemanha. Exporta 28.089 milhões de € e importa 27.587 €, seguido de muito longe pela Holanda (6.898 m €/17.989 m €), pela Itália (9.579 m €/14.354 m €), pela Polónia (4.727 m €/10.449 m €) e pela França (5.602 m €/10.437 m €). Um pouco mais abaixo, mas ainda com um grande volume de negócios, estão a Finlândia, a Espanha, o Reino Unido, a Bélgica, a Suécia e outros.
A Rússia vende fundamentalmente produtos primários e importa produtos manufacturados.
A Rússia é terceiro sócio comercial da União Europeia, depois dos Estados Unidos e da China. Dela a UE importa um terço do petróleo que consome e 40% do gás. Por outro lado, a UE é o maior investidor do mercado russo. As companhias petrolíferas alemãs, italianas e até britânicas fizeram grandes investimentos na Rússia. Exactamente por estas óbvias razões é que os patrões alemães da EON, da VW e da BASF, bem como os italianos da ENI e também os ingleses da BP não estão nada de acordo com o clima de confrontação que os americanos teimam em criar com a Rússia. Basta ouvir Berlusconi para se compreender o que está em jogo.
Não deixa por isso de ser espantoso que a imprensa ocidental sempre pronta a acolitar Washington tenha criado um clima de guerra fria e mantenha uma retórica semelhante à existente no tempo da URSS. Ainda agora mesmo, na SIC Notícias, um conhecido jornalista com muitos anos de América e fervoroso apoiante do Partido Democrático continua a falar de URSS em vez de Rússia. Mais do que um lapsus linguae, o que existe é um verdadeiro lapso mental que não lhe permite ver que o que agora existe na Rússia é um regime capitalista igual aos outros, obviamente com tentações imperiais dada a extraordinária dimensão territorial do país.
ADITAMENTO

AS VICISSITUDES DE UM NOME

À noite, no noticiário da SIC Notícias, também Cavaco ao falar na Polónia sobre os resultados da reunião extraordinária do Conselho Europeu, disse que a Europa tomou uma posição firme relativamente à União… e depois, ainda a tempo, antes de dizer Soviética, corrigiu para Rússia.
Durante a ditadura, a direita portuguesa recusava à URSS o direito ao nome e sempre lhe chamava Rússia, quer para acentuar o que consideravam ser o modelo colonial russo (vejam-se as lições universitárias dos professores que à época leccionavam o direito colonial), quer para desvalorizar, para o nível da ficção e da propaganda, a federação então existente.
Curiosamente, depois da extinção da URSS, essa mesma direita frequentemente toma a Rússia pela URSS e não consegue tirar da cabeça uma realidade que já não existe!

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