domingo, 21 de setembro de 2008

CONGRESSO AMERICANO ESTUDA PACOTE DE 700 MIL MILHÕES DE DÓLARES PARA ATENUAR CRISE FINANCEIRA

PELA BOCA MORRE O PEIXE

Os neo-liberais americanos, que tantas e tantas vezes teceram loas às virtualidades do mercado e à sua capacidade para através da “mão invisível” restabelecer os equilíbrios eventualmente afectados, vêem-se agora a braços com uma crise financeira sem precedentes que somente pode ser atenuada pela compra, pelo Estado, dos activos financeiros das instituições afectadas pelo crédito imobiliário.
É isso que o Presidente da América propôs ao Congresso: um pacote de 700 mil milhões de dólares para resgatar o sector financeiro.
Perante tal situação, o que os adversários do neo-liberalismo sublinham é a verdadeira natureza de um sistema que demagogicamente se apresentava capaz de operar tanto mais eficientemente quanto menos regulação estatal tivesse e que afinal teve que chamar o Estado em seu auxílio para poder sobreviver. O que eles denunciam é a verdadeira face de um sistema que privatiza os lucros, mas que “na hora da verdade” não tem pejo em remeter para os bolsos dos contribuintes o pagamento dos prejuízos.
Nunca ninguém de bom senso falou a este respeito de socialismo. Não é disso que se trata, mas antes capitalismo puro e duro.
Qualquer confusão que a este respeito se queira lançar, como a de chamar a esta intervenção uma medida típica do velho socialismo, só pode ter por objectivo fazer passar a ideia de que o “novo socialismo” já nada tem a ver com a economia.

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