quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A CRISE NA UCRÂNIA

E AGORA, O QUE FAZ A NATO?

O presidente do parlamento ucraniano anunciou esta manhã o fim da “coligação laranja”, composta pelo partido minoritário do Presidente da República, Viktor Yushenko, e pelo bloco das forças lideradas pela Primeira- ministra, Iulia Timoshenko.
O novo governo tanto pode resultar de uma nova coligação entre as forças parlamentares que apoiam Iulia Timoshenko e o partido do anterior presidente, Yakunovich, como dos partidos mais votados nas próximas eleições. O mais provável é que o Presidente dissolva o Parlamento e convoque eleições gerais. Pelo menos, foram nesse sentido as suas palavras quando a crise se desencadeou.
A crise teve a sua causa próxima nas leis que reduzem os poderes do presidente, aprovadas contra o partido deste, embora a causa real esteja na posição assumida por Yushenko relativamente ao conflito georgiano. Foi a discordância relativamente às posições assumidas por Yushenko na crise da Geórgia que levou o partido da Primeira-ministra (BYT) a aliar-se ao Partido comunista e ao Partido das Regiões, de Yakunovich, todos partidários de relações amistosas com a Federação Russa.
Actualmente, no parlamento, o Partido das Regiões tem 175 lugares, o BYT 156, a coligação Nossa Ucrânia-Auto Defesa Popular 72, o Partido Comunista 27, e o bloco de Vladimir Litvin 20. O parlamento tem 450 membros e para governar é necessária uma maioria de 226.
Vendo o modo como se repartem as forças políticas relativamente às relações com a Rússia, percebe-se que a posição hostil do actual Presidente da República é francamente minoritária e não goza do apoio da esmagadora maioria da população. De facto, as forças políticas reflectem o sentimento do povo ucraniano – e não apenas das populações do leste da Ucrânia, como frequentemente se diz – que historicamente convive pacificamente com o povo russo há séculos, a ponto de se poder dizer que a Rússia nasceu na Ucrânia.
As manifestações nacionalistas estimuladas pelos nazis, durante a Segunda Guerra Mundial, dirigiam-se mais contra algumas práticas estalinistas do que verdadeiramente contra a Rússia. Por isso, não deixa de constituir, da parte dos europeus, uma manifestação de grande irresponsabilidade o fomento na Ucrânia de um clima de confronto com a Rússia e constitui por parte da NATO e dos Estados Unidos mais uma grave provocação de quem não olha a meios para atingir os seus fins. E os fins são os fins do imperialismo americano!

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