FINANCIAMENTO DAS GRANDES OBRAS PÚBLICAS
Ao ouvir-se hoje, na televisão, a Secretária de Estado dos Transportes, percebeu-se, embora insuficientemente, que vai haver uma grande diferença quanto ao financiamento das duas mais importantes obras públicas deste princípio do século: o TVG e o novo aeroporto.
A razão parece ser muito simples: o TGV dará prejuízo, ou não dará lucro tão cedo, enquanto o aeroporto é o negócio do século. A exploração de um aeroporto é uma das actividades mais lucrativas do nosso tempo. Uma actividade quase sem riscos, a menos que a crise dos combustíveis fósseis inviabilizasse as viagens aéreas por alguns anos…
O Estado que nós hoje conhecemos, completamente dominado pela ideologia neo-liberal, além de ser um Estado desprovido de meios de intervenção na vida económica, é também uma entidade que se sente na obrigação de passar para a esfera privada tudo o que possa constituir um factor de riqueza. De facto, num país como o nosso, assistimos, por um lado, a uma perda de tradicionais poderes de soberania em favor de uma entidade supranacional e, por outro, à transferência para os privados de importantes fontes de riqueza e de meios de intervenção na vida económica.
A transferência de poderes soberanos para uma entidade supra nacional não seria em si uma coisa má, se se desse o caso de essa entidade gerir os poderes transferidos equitativamente no interesse de todos. Acontece, porém, que essa transferência tem exactamente por finalidade facilitar e ajudar a transferir para os interesses privados os meios de que o Estado dispunha. Assim cercado, no plano interno e no plano internacional, o Estado deixou de ser, em muitos domínios, uma entidade capaz de actuar mediante injunções, mas antes um simples espectador que tranquilamente espera que os mecanismos auto-regulatórios dos grandes grupos económicos lhe ditem as decisões a acatar.
Ao ouvir-se hoje, na televisão, a Secretária de Estado dos Transportes, percebeu-se, embora insuficientemente, que vai haver uma grande diferença quanto ao financiamento das duas mais importantes obras públicas deste princípio do século: o TVG e o novo aeroporto.
A razão parece ser muito simples: o TGV dará prejuízo, ou não dará lucro tão cedo, enquanto o aeroporto é o negócio do século. A exploração de um aeroporto é uma das actividades mais lucrativas do nosso tempo. Uma actividade quase sem riscos, a menos que a crise dos combustíveis fósseis inviabilizasse as viagens aéreas por alguns anos…
O Estado que nós hoje conhecemos, completamente dominado pela ideologia neo-liberal, além de ser um Estado desprovido de meios de intervenção na vida económica, é também uma entidade que se sente na obrigação de passar para a esfera privada tudo o que possa constituir um factor de riqueza. De facto, num país como o nosso, assistimos, por um lado, a uma perda de tradicionais poderes de soberania em favor de uma entidade supranacional e, por outro, à transferência para os privados de importantes fontes de riqueza e de meios de intervenção na vida económica.
A transferência de poderes soberanos para uma entidade supra nacional não seria em si uma coisa má, se se desse o caso de essa entidade gerir os poderes transferidos equitativamente no interesse de todos. Acontece, porém, que essa transferência tem exactamente por finalidade facilitar e ajudar a transferir para os interesses privados os meios de que o Estado dispunha. Assim cercado, no plano interno e no plano internacional, o Estado deixou de ser, em muitos domínios, uma entidade capaz de actuar mediante injunções, mas antes um simples espectador que tranquilamente espera que os mecanismos auto-regulatórios dos grandes grupos económicos lhe ditem as decisões a acatar.
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