OS PONTOS DE CONTACTO
O referendo da Irlanda é bom exemplo para se avaliar da genuinidade democrática da maior parte dos nossos políticos e dos seus prestimosos apoiantes.
Como ponto comum entre ambos, a não-aceitação do resultado do referendo na Irlanda. Para eles, o único resultado aceitável era o sim, tanto mais que se trata de um pequeno país quer geograficamente, quer demograficamente. Antigamente, os “democratas” que nos governavam tinham exactamente a mesma opinião sobre as consultas eleitorais. Se se faziam, era para serem ganhas por quem governava. As derrotas não eram admitidas
Mas as semelhanças não páram aqui. Os de ontem não aceitavam a democracia, porque o povo não estava preparado, nem compreendia a complexidade da governação. Os de hoje também entendem que o voto dos irlandeses não tem o valor que lhe querem atribuir, porque eles não conheciam o tratado, nem tinham condições para o conhecer, dada a sua complexidade.
Mas há mais: os de ontem não permitiam, nos actos eleitorais que realizavam, que certas matérias fossem discutidas, já que nada tinham a ver com as eleições. Os de hoje dizem mais ou menos o mesmo: como nos referendos se trata sempre do que não interessa, há circunscrever as matérias que podem ser abordadas.
São estes os nossos “democratas”, muitos deles ainda com vivência da antiga “democracia”e nela ensinados!
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