domingo, 15 de junho de 2008

O TRIUNFALISMO DOS COMENTADORES PORTUGUESES


O REAL VALOR DA EQUIPA PORTUGUESA

Mesmo para quem não tenha acompanhado desde o início os comentários em português dos jogos da selecção, percebia-se pelo clima existente nas televisões e nos jornais, bem como das intervenções dos habituais comentadores de serviço, que reinava um triunfalismo insensato sobre as reais possibilidades da selecção.
Para quem viu os jogos no estádio, longe dos comentadores, apenas com o fantástico ambiente das bancadas que costuma existir neste tipo de torneios, a conclusão que se retirava era a de que Portugal tinha jogado com muita segurança no jogo com a Turquia até à primeira substituição. Depois, a equipa nunca mais foi capaz de ocupar os espaços da mesma maneira, apesar de ter marcado um golo já no fim do jogo. No segundo jogo, pode dizer-se que a partida foi equilibrada na primeira parte e de pendor favorável aos portugueses na primeira metade da segunda parte. Com as substituições também não houve qualquer melhoria, salvo uma mais acentuada presença física junto de Koller, que entretanto entrara.
Ficou, portanto, claro para toda a gente que a selecção portuguesa não tem no banco suplentes da categoria de um Robben e de um van Persie, ou de um Fabregas e de um Xabi Allonso, isto para falar apenas das equipas que ganharam os dois primeiros jogos.
A derrota contra a Suíça é de certa forma a vingança de Scolari contra esses incríveis comentadores que pululam nas televisões portuguesas, desde os pequenos ruis santos até aos davides borges e companhia, que o atacaram por ganhar, que o atacaram por se manter à frente da selecção…e que, finalmente, o atacaram por se ir embora. É como se Scolari lhes dissesse: estes são os vossos jogadores, as vossas segundas linhas; é com eles que vocês se consideram os melhores do mundo!
Em vez de comentarem a forma de Miguel, de analisarem a prestação do meio campo, de se pronunciarem sobre o empenhamento dos super-craques Quaresma e Nani e da tradicional aptidão de Postiga para os falhanços ou da falta de técnica de H. Almeida, os comentadores culpam Scolari pelo timing do anúncio da decisão de partir ou por ter concedido a oito titulares um período demasiado longo de descanso!
Este jogo foi o prenúncio daquilo que a selecção voltará a ser…

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