quinta-feira, 19 de junho de 2008

A DERROTA DA SELECÇÃO EM BASILEIA

UMA PRESTAÇÃO QUE NÃO ENVERGONHA

Quem se tem dado ao trabalho de ler este blog sabe que eu nunca admiti que Portugal tivesse uma super-equipa, capaz de ganhar o Europeu. Acho até que as prestações portuguesas nos dois últimos torneios estiveram acima do real valor da equipa, sem que com isto queira dizer que foram alcançadas sem mérito.
Neste Euro, com excepção do jogo da Suíça, que deveria ter sido ganho, Portugal esteve ao seu nível. Dificilmente poderia ganhar a uma selecção como a da Alemanha, a maior potência futebolística da Europa, seguida de perto pela Itália. Pode discutir-se, por força da natureza aleatória do futebol, se não se poderia ter ido mais além, mas isso não significa que a Alemanha não tenha sido sempre a melhor equipa em campo.
Portugal tem muitas deficiências, decorrentes em grande medida da muito menor quantidade de jogadores que tem ao seu dispor, que não podem ser colmatadas ou eliminadas por qualquer treinador. Deficiências que ainda hoje estiveram patentes no jogo com a Alemanha: dificuldades no jogo aéreo, dificuldades resultantes de nem todos os jogadores terem o mesmo nível de cultura táctica e dificuldades no remate.
Hoje, mais uma vez se viu que Ricardo e a defesa se dão mal com o jogo aéreo, que Bosingwa marca mal e centra para jogadores que não temos e que Cristiano Ronaldo nunca aparece nos grandes jogos. Joga muito bem contra o Bolton, o West Ham, o Reading, o Sporting e clubes assim, mas contra os grandes é igual aos jogadores de valia média.
Deve prestar-se homenagem a Deco, de longe o melhor jogador português no torneio e certamente um dos melhores deste Euro 2008 e a Nuno Gomes, que tendo feito uma época desastrada no Benfica, apareceu na selecção em bom nível.
Lamentável só é que os jornalistas desportivos portugueses não percebam nada de futebol, apesar de durante o ano não fazerem outra coisa que não seja ver jogos de futebol. Com profissionais assim, como se pode progredir?

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