ALGUNS HÁBITOS ENGANADORES DOS PORTUGUESES
A visão do turista sobre a realidade com que se defronta é frequentemente incompleta e quase sempre inconclusiva, embora o turista pense exactamente o contrário. Está ciente das suas “certezas”, porque viu.
Jospin, nas últimas primárias francesas para a presidência da república, foi impiedoso com Ségolène Royal, mal se apercebeu que as opiniões que esta doutamente emitia sobre a China tinham a sua fonte numa visita semi-turística que a candidata havia feito àquele país.
Vem isto a propósito dos dados recentemente publicados pelo Eurostat sobre os gastos dos europeus em cafés e restaurantes. Os portugueses estão em primeiro lugar, com gastos de 9,6% do rendimento familiar, numa Europa cuja média é de 3,9% neste tipo de despesas.
Um turista que visite Portugal, se avaliar o rendimento dos cidadãos deste país, pela frequência dos restaurantes, tomando como termo de comparação o seu país, ficará com uma ideia muito errada dos rendimentos familiares dos portugueses. E, todavia, os restaurantes estão sempre cheios…As famílias, porém, estão sobre-endividadas e os rendimentos familiares são certamente inferiores aos do turista europeu que nos visita.
A observação deste tipo de gastos, tanto cá, como lá fora, levanta uma questão: será que o imposto pago, em Portugal, pelos cafés e restaurantes, é proporcionalmente superior ao pago pelos seus congéneres europeus?
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