HÁ ATITUTES QUE NÃO SE COMPREENDEM
Depois de declarações jocosas de alguns elementos do Bloco, principalmente em blogues, sobre dirigentes angolanos e de outros ataques no passado, dos mesmos elementos, que aqui foram denunciados, esperava-se que a direcção do partido manifestasse uma atitude diferente durante a visita do Presidente de Angola a Portugal.
Não o fez. E face às declarações públicas justificativas da atitude assumida no Parlamento, fica-se sem perceber se o Bloco se quer juntar às “viúvas de Savimbi” na denúncia de ausência de democracia em Angola ou se pretende antes converter em valor absoluto o conceito de democracia representativa, tal como ele é entendido pelos guardiões da “ortodoxia ocidental”.
É bom que o Bloco se explique melhor, para ficarmos a saber se a legitimidade se esgota nos procedimentos, ou, visto o assunto ao contrário, se a liberdade de imprensa, de cuja falta o Bloco se queixa, está assegurada pela via da concentração dos meios de comunicação social e pelos “critérios jornalísticos” que apenas amplificam a voz de quem já a tem. E o mesmo se poderia dizer relativamente a direitos humanos, entendidos no sentido amplo que o conceito não pode deixar de ter
Acho que o Bloco com a acusação de “caricatura de democracia” se meteu num grande sarilho, pois, a menos que aceite a vigente como forma acabada de “governo do povo”, vai daqui para a frente ter muito que repudiar, muito que contestar, muito que auto-marginalizar-se, se quiser manter a coerência.
A defesa do estreitamento das relações com Angola e o diálogo com os seus dirigentes não deveriam ser qualificados pela esquerda como uma atitude oportunista, ou entendidos como uma espécie de pragmatismo sem princípios, mas antes como um facto normal, no quadro das relações internacionais. Pelo contrário, certas atitudes é que correm o risco de ser interpretadas como ressentimentos passados, ainda não superados pelo devir da história. A exigência em excesso relativamente a quem está ou esteve mais próximo é uma forma disfarçada de paternalismo.
Não o fez. E face às declarações públicas justificativas da atitude assumida no Parlamento, fica-se sem perceber se o Bloco se quer juntar às “viúvas de Savimbi” na denúncia de ausência de democracia em Angola ou se pretende antes converter em valor absoluto o conceito de democracia representativa, tal como ele é entendido pelos guardiões da “ortodoxia ocidental”.
É bom que o Bloco se explique melhor, para ficarmos a saber se a legitimidade se esgota nos procedimentos, ou, visto o assunto ao contrário, se a liberdade de imprensa, de cuja falta o Bloco se queixa, está assegurada pela via da concentração dos meios de comunicação social e pelos “critérios jornalísticos” que apenas amplificam a voz de quem já a tem. E o mesmo se poderia dizer relativamente a direitos humanos, entendidos no sentido amplo que o conceito não pode deixar de ter
Acho que o Bloco com a acusação de “caricatura de democracia” se meteu num grande sarilho, pois, a menos que aceite a vigente como forma acabada de “governo do povo”, vai daqui para a frente ter muito que repudiar, muito que contestar, muito que auto-marginalizar-se, se quiser manter a coerência.
A defesa do estreitamento das relações com Angola e o diálogo com os seus dirigentes não deveriam ser qualificados pela esquerda como uma atitude oportunista, ou entendidos como uma espécie de pragmatismo sem princípios, mas antes como um facto normal, no quadro das relações internacionais. Pelo contrário, certas atitudes é que correm o risco de ser interpretadas como ressentimentos passados, ainda não superados pelo devir da história. A exigência em excesso relativamente a quem está ou esteve mais próximo é uma forma disfarçada de paternalismo.
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