MAIS ESTÍMULO OU MAIS REGULAÇÃO?
Decididamente os europeus e americanos não se entendem nas vésperas do G20 quanto à melhor forma de sair da crise ou, pelo menos, de a ir combatendo.
Os americanos e os ingleses acham que a Europa deveria, à semelhança da América, aumentar os planos de reactivação da economia. Na América, o plano representa cerca de 2,5% do PIB, ao longo de dois anos. Krugman tomando por referência a crise japonesa dos anos 90 acha que tudo o que seja menos de 4% do PIB é pouco.
Na Europa, a Alemanha e a França acham que pôr mais dinheiro na economia não resolve o problema, devendo aproveitar-se a oportunidade para regular as finanças internacionais. A Alemanha insiste na suficiência das verbas já disponibilizadas, cerca de 50 mil milhões de euros, tanto mais que a crise da actividade exportadora, que a atinge fortemente, não se resolve com mais fundos, mas com a recuperação das economias importadoras. A França com um pacote de estímulo da ordem dos 26 mil milhões de dólares também acha que está nos limites da sua capacidade de endividamento.
De resto, ambos os países insistem que a crise é de origem anglo-saxónica, foi provocada pela disfunção do capitalismo financeiro, havendo que pôr toda a ênfase na regulação dos mercados para que se possa continuar com uma “economia social de mercado”.
Os anglo-saxónicos, mais favoráveis à flexibilidade, temem que a regulamentação excessiva possa descambar em proteccionismo e prejudicar o funcionamento do mercado livre.
Ligada a esta discussão está, como não poderia deixar de ser, a questão dos “paraísos fiscais”. Alguma vontade que parece existir do lado de alguns governantes europeus de limitar a acção de “off shores” só pode ter êxito se forem tomadas medidas globais. De outro modo, os capitais que antes aportavam à Europa passariam a ir para uma qualquer ilha das Caraíbas ou do Pacífico.
A pouco mais de duas semanas da reunião do G20 as perspectivas não são as melhores.
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