segunda-feira, 9 de março de 2009

PAÍS BASCO: O PSE-PP VAI MESMO FORMAR GOVERNO COM APOIO DO PP

ZAPATERO NA ENCRUZILHADA

O PSE-EE ganhou mais um deputado, ficando agora com 25, e pode dispensar o incómodo apoio de Rosa Diez, que, como se sabe, vem de uma cisão do PSOE, fundada num forte sentimento de nacionalismo espanhol.
Mesmo com 25 deputados, o PSE-EE será apenas o segundo partido mais votado, depois do PNV, com 30.
O PNV continua a resistir à formação de um governo PSE-EE, mas percebe-se que a resistência não é a mesma em todos os sectores do partido. Há sectores nacionalistas muito moderados no PNV, como parece ser o caso do seu presidente, Iñigo Urkullo, que embora mantenha um discurso de contestação à formação de um governo PSE-EE com apoio parlamentar do PP, dá alguns ténues sinais de poder vir, mais tarde, a atenuar aquela contestação.
De nada adianta o Secretário-geral do PSE-EE afirmar que o governo que formará com independentes não ficará refém de ninguém, porque toda a gente sabe que para ser empossado precisará do apoio efectivo do PP. E mesmo que o PP de imediato não exija mais do que a presidência da Câmara basca, certamente o fará mais tarde, para que possam passar no parlamento as iniciativas do governo. E, como forma de pressão, nem sequer necessita de se aliar negativamente com os seus arqui-inimigos; basta abster-se. Portanto, é falso que o PSE não fique refém de ninguém: Para governar tem de se entender agora ou mais tarde com o PP.
Quem fica numa encruzilhada, como já aqui referimos, é Zapatero. De imediato, vai perder o apoio nas Cortes do PNV e, muito provavelmente, do BNG, desfeita que está a aliança da Galiza, com a vitória do PP na região. Para governar, vai necessitar do apoio da CiU, que seguramente não lho venderá barato. Aliás, já nas próximas eleições europeias se verá o resultado desta política. Elas serão um teste à confiança que o Governo inspira em tempos de crise, sendo certo que nessa avaliação não deixará de pesar a “coligação” do Pais Basco, principalmente em regiões decisivas para o governo, como a Catalunha.
Aditamento a propósito: o editorialista do El País, a propósito do julgamento do oligarca russo Mikail Jodorkovski, diz hoje que Putin se serve de uma judicatura dócil para eliminar quem se lhe oponha. É caso para perguntar: E o que se passa no País Basco? Quem impede os partidos de se candidatarem às eleições? E com que fundamento? Um típico fundamento inquisitorial: ou seja, um fundamento baseado numa omissão, não em acções.

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