domingo, 2 de novembro de 2008

AS PALAVRAS DE SÓCRATES SOBRE O FMI



MAIS VALE TARDE QUE NUNCA


Na alocução que ontem fez no Campus da Juventude Socialista, sobre a Crise Financeira Internacional e o Futuro, o Primeiro-Ministro parece não ter poupado palavras sobre a actuação do FMI. Infelizmente, não pudemos ler qualquer resumo da intervenção, porque toda a imprensa, sem excepção, apenas deu relevo ao que nessa reunião foi dito sobre o pagamento das dívidas do Estado às empresas.
É caso para dizer que mais vale tarde que nunca. Agora, que até o director-geral do FMI o critica publicamente, é fácil responsabilizá-lo pela devastadora onda neo-liberal que autoritariamente impôs a todos aqueles que precisaram dos seus recursos para tentar reequilibrar as respectivas balanças de pagamentos.
Mais corajoso teria sido fazê-lo durante os anos em que o Fundo actuou prepotentemente, ao abrigo de inequívocas premissas ideológicas, impondo a sua doutrina a todos os países que dele necessitaram. Actuação sempre acolitada por Bruxelas, que, em matéria de cooperação para o desenvolvimento, sempre acolheu obedientemente as directivas daquele.
E tudo isto se passou apenas porque os governantes europeus concordavam com a política do Fundo. Não será preciso ir mais longe: Sócrates tem no seu Governo gente que sempre apoiou a política do Fundo como se de uma verdade revelada se tratasse…
Talvez, em vez de crítica, devesse haver auto-crítica.

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