PRESSÃO DOS MEDIA OU VERDADE?
Pelo menos duas cadeias de televisão americanas (CNN e NBC) e um importante jornal (Washington Post) noticiaram uma viagem de Hillary Clinton a Chicago e um encontro com Obama, no seu “quartel-general”.
Ninguém confirmou este encontro, embora H. Clinton tenha declarado que foi a Chicago tratar de assuntos pessoais e não tenha descartado a hipótese, apesar de a considerar sem fundamento.
Na comunicação social americana, além de Hillary, cujo nome apareceu hoje, circulam, para o mesmo cargo, ainda os nomes de John Kerry (candidato derrotado em 2004), o ex-senador Tom Daschle e o governador do Novo México, Bill Richardson.
A escolha de H. Clinton para Secretária de Estado faria baixar consideravelmente as expectativas da Administração Obama em política externa. Para além daquilo que não poderá deixar de ser feito, com ela ou sem ela no cargo, como o encerramento de Guantánamo, tudo o resto, que é muito, onde se esperam significativas mudanças na política externa americana, acabará por ser influenciado pelo perfil político da pessoa escolhida para o desempenho daquele lugar. Ou seja, por alguém que não discordou no Senado dos pontos mais polémicos da Administração Bush.
Certamente, que a América sairá do Iraque, pelo menos, não continuará lá com a presença militar que hoje tem, mas a retirada será muito mais compassada e complicada. As relações com o Irão poderão agravar-se e no Afeganistão vai muito provavelmente continuar-se na errada política que hoje lá se pratica. Enfim, o conflito israelo-palestiniano manter-se-á e os Estados Unidos continuarão com uma situação muito complicada no Médio Oriente e, por reflexo, com todo o mundo muçulmano.
Por outras palavras, a escolha de H. Clinton, a confirmar-se, seria uma profunda desilusão!
ADITAMENTO
Entretanto, the Huffington Post garante que foi oferecido a Hillary o lugar de secretária de estado, apesar de no dia anterior Obama ter tido um encontro com Bill Richardson sobre o mesmo assunto.
ADITAMENTO
Segundo a imprensa americana, H. Clinton faz parte de uma short list da qual constam outros nomes, entre os quais os acima indicados. Por outro lado, para fazer parte do gabinete de Obama é preciso reunir um conjunto de requesitos que constam de um questionário de 63 itens. A nova Administração quer ter a certeza de que os nomes que apresentar ao Senado não serão recusados. Antigas ligações de Clinton a pessoas pouco recomendáveis, como um magnata do Kazaquistão, poderiam, teoricamente, pôr em causa a escolha de Hillary. No entanto, ninguém acredita que o seu nome viesse a ser desaprovado pelo Senado.
A questão está antes em de saber como reagiria o núcleo fundamental da base de apoio de Obama à escolha de uma pessoa que tantas e tão importantes divergências manifestou em política externa relativamente às posições do Presidento eleito. De acordo com este critério, impor-se-ia, sem reservas, o nome de Bill Richardson. Mas é provável que Obama esteja a ser pressionado pela direita do partido com o pretexto de que convém praticar um acto que ponha definitivamente termo às anteriores disputas fracturantes.
É assim que se começa a perder o que se ganhou!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário