segunda-feira, 11 de maio de 2009

AS PROPOSTAS DO PS ÀS ELEIÇÕES EUROPEIAS



TUDO MUITO VELHO

E se há uma pessoa que, além do secretário-geral
E algum elemento mais proeminente do partido,
hoje é a face visível da representação do PS, sou eu”.

(Cabeça de lista do PS às eleições europeias)

O cabeça de lista do PS às eleições europeias concedeu uma entrevista ao jornal “Público” para falar das suas propostas eleitorais.
A entrevista não contém absolutamente nada de novo relativamente ao que já conhecíamos, nem tão-pouco serve para demarcar diferenças relativamente ao PSD e ao CDS, mais ao primeiro do que ao segundo.
Afirmar que há duas visões a Europa, uma do PSE e outra do PPE, não passa de propaganda eleitoral sem qualquer consistência. O que temos hoje na Europa, tanto no plano institucional, como plano legislativo no desenvolvimento daquele, é obra conjunta e consensual dos partidos social-democratas e dos demais, denominem-se eles liberais, conservadores, populares, democratas-cristãos, ou o que quer que seja. Mais: no plano interno foram os partidos social-democratas que, mantendo em alguns casos uma retórica vagamente de esquerda, conduziram os respectivos países para políticas abertamente neoliberais, como aconteceu com Blair e Schröder, e, entre nós, com Guterres e Sócrates, desregulando, privatizando e identificando os seus projectos e propostas com as propostas e projectos dos partidos adversários.
Vincar essa diferença na Europa, onde ela está ainda muito mais esbatida que no plano interno, não colhe, nem contribui minimamente para o esclarecimento dos cidadãos. Aliás, como pode estar seriamente interessado no esclarecimento dos cidadãos quem não afronta nenhum dos graves problemas com que a Europa se debate, nomeadamente os países periféricos ou com mais debilidades estruturais.
Cito a título de exemplo, pelas inúmeras questões que lhe estão conexas, o Pacto de Estabilidade e Crescimento e a moeda única europeia.
Não é agora altura de fazer o balanço das vantagens e inconvenientes da adopção de uma moeda única nos termos em que ela foi concebida, nem de defender a saída do euro, embora toda a gente perceba que, no quadro do Pacto de Estabilidade e Crescimento que nos rege – e que o candidato tantas vezes e tão acaloradamente tem defendido - , as possibilidades de assegurar um crescimento continuado que convirja para a média europeia ou de fomentar o emprego em países como Portugal são praticamente nulas, para não dizer inexistentes.
Ainda ontem, Silva Lopes, numa declaração a um jornal, dizia que a crise com que Portugal hoje se defronta é muito mais grave do que qualquer outra sofrida desde a implantação da democracia, pior ainda que a de 1975. As anteriores era passageiras, enquanto a actual é profundamente estrutural e duradoira. Antes da adesão ao euro, manejando a taxa de câmbio e a taxa de juro à medida das conveniências nacionais rapidamente se restabeleciam os equilíbrios, actualmente, tendo desaparecido esses instrumentos da soberania nacional, só por outras vias se poderá tentar alcançar o que por aqueles se conseguia.
Estas questões não são abordadas pelo candidato, como igualmente não são todas as demais questões relacionadas com a integração assimétrica que os tratados consagram e o Tratado de Lisboa amplamente confirma.
Ainda no plano institucional, também não mercê qualquer comentário do candidato a acentuada deriva intergovernamental que a União Europeia ultimamente tem sofrido, amplamente demonstrada pela prática e consagrada no Tratado de Lisboa.
Nas eleições europeia, votar no PS ou no PSD é rigorosamente a mesma coisa. É MAIS DO MESMO!

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