AS PRESSÕES AMERICANAS E O CONTRA-ATAQUE ISRAELITA
O Médio Oriente continua sendo um dos principais problemas da administração Obama. Os israelitas, cientes de que a nova administração americana tem, para lá das palavras de circunstância, uma visão realmente inovadora do conflito do Médio Oriente, mudaram ligeiramente de táctica, sem alterar a estratégia. Shimon Peres deslocou-se aos Estados Unidos para lembrar aos americanos que o problema do Médio Oriente não é a Palestina (isto é, a constituição de um Estado palestiniano), mas o Irão e a sua “bomba atómica”.
Natanyahu, que passou toda a campanha eleitoral a negar a eficácia dos acordos de Oslo e a recusar a constituição de um Estado palestiniano, vem agora dizer-nos que aceita a existência de dois Estados, mas que há um problema prévio: o Irão e a sua “bomba atómica”, facto absolutamente inaceitável contra o qual é necessário tomar medidas.
Em poucas palavras ficou clara a nova posição israelita: afirma aceitar a constituição de dois Estados, para não entrar em conflito aberto com Washington, mas boicota a concretização prática do princípio com a questão iraniana, subordinando de certo modo a sua efectivação ao desmantelamento das instalações nucleares do Irão.
A administração Obama, que ainda ontem, relativamente ao conflito israelo-palestiniano, foi absolutamente clara, até no tom de voz utilizado pelo Vice-presidente, Joe Biden – constituir dois Estados, cessar a construção de novos colonatos, desmantelar os existentes e assegurar a liberdade de circulação para os palestinianos – está sujeita nesta questão concreta, como noutras, a todo o tipo de provocações e de boicotes. Por maior que seja o cinismo ou o maniqueísmo de alguma esquerda relativamente a tudo o que seja americano, uma coisa porém é certa: não há hoje no panorama político internacional governante mais progressista que Barack Obama. Questão diferente é possibilidade de assegurar em todos os domínios tradução prática a esse pensamento político no quadro da administração americana.
Claro, que há as manobras da NATO na Geórgia; claro que há a expulsão de diplomatas russos acreditados na NATO, em Bruxelas; mas é igualmente óbvio para qualquer observador independente que há dentro da NATO – que alberga os maiores reaccionários da América do Norte e da Europa – uma fortíssima corrente contrária a um entendimento estável com a Rússia. E essa corrente tudo fará, principalmente através de gestos menores, porém simbolicamente significativos, para boicotar uma efectiva política de desanuviamento e de desarmamento.
A releitura dos discursos de Obama – melhor, a leitura, para quem, como eu, apenas conhecia vários excertos – e o conhecimento do seu trajecto de vida são indispensáveis para conhecer o homem que hoje governa a América.
Natanyahu, que passou toda a campanha eleitoral a negar a eficácia dos acordos de Oslo e a recusar a constituição de um Estado palestiniano, vem agora dizer-nos que aceita a existência de dois Estados, mas que há um problema prévio: o Irão e a sua “bomba atómica”, facto absolutamente inaceitável contra o qual é necessário tomar medidas.
Em poucas palavras ficou clara a nova posição israelita: afirma aceitar a constituição de dois Estados, para não entrar em conflito aberto com Washington, mas boicota a concretização prática do princípio com a questão iraniana, subordinando de certo modo a sua efectivação ao desmantelamento das instalações nucleares do Irão.
A administração Obama, que ainda ontem, relativamente ao conflito israelo-palestiniano, foi absolutamente clara, até no tom de voz utilizado pelo Vice-presidente, Joe Biden – constituir dois Estados, cessar a construção de novos colonatos, desmantelar os existentes e assegurar a liberdade de circulação para os palestinianos – está sujeita nesta questão concreta, como noutras, a todo o tipo de provocações e de boicotes. Por maior que seja o cinismo ou o maniqueísmo de alguma esquerda relativamente a tudo o que seja americano, uma coisa porém é certa: não há hoje no panorama político internacional governante mais progressista que Barack Obama. Questão diferente é possibilidade de assegurar em todos os domínios tradução prática a esse pensamento político no quadro da administração americana.
Claro, que há as manobras da NATO na Geórgia; claro que há a expulsão de diplomatas russos acreditados na NATO, em Bruxelas; mas é igualmente óbvio para qualquer observador independente que há dentro da NATO – que alberga os maiores reaccionários da América do Norte e da Europa – uma fortíssima corrente contrária a um entendimento estável com a Rússia. E essa corrente tudo fará, principalmente através de gestos menores, porém simbolicamente significativos, para boicotar uma efectiva política de desanuviamento e de desarmamento.
A releitura dos discursos de Obama – melhor, a leitura, para quem, como eu, apenas conhecia vários excertos – e o conhecimento do seu trajecto de vida são indispensáveis para conhecer o homem que hoje governa a América.
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