quarta-feira, 6 de maio de 2009

GUANTÁNAMO: O QUE ACONTECE A QUEM SE OFERECE



A QUESTÃO DOS PRESOS DE GUANTÁNAMO


Como certamente muitos se recordarão, O Governo português, pela voz e iniciativa do seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, ofereceu-se para receber prisioneiros de Guantánamo à revelia do Parlamento e sem ouvir, tanto quanto se diz, o Presidente da República. E, mais grave ainda, sem sequer consultar a União Europeia. Isto para não falar no conhecimento da situação dos detidos e do seu “curriculum criminal”, que é de presumir o Ministro não conhecia. Pois como poderia conhecer se nem sequer sabia que os americanos estavam a transportar parte desses prisioneiros por território português?
É claro que a UE se encarregou de explicar ao Ministro que, pelo menos, no espaço Schengen, a decisão de receber prisioneiros de Guantánamo não é uma questão puramente nacional. E, para cúmulo, a administração Obama, passados vários meses do oferecimento incondicional de Portugal, ainda não formulou qualquer pedido ao Governo português.
Enfim, humilhações atrás de humilhações. Infelizmente é sempre assim: quem quer mostrar serviço corre o risco de ser desconsiderado …ou menos considerado.
Nos media portugueses, ou na maioria deles, tudo isto é considerado normal. O que também não admira dado o servilismo com que encaram as relações com Washington.

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