A LÓGICA DE VITALINO CANAS E DO PS
O PS, depois de tudo o que disse a propósito do incidente da Alameda entre alguns manifestantes e Vital Moreira, em que exigiu que o PCP assumisse as responsabilidades do sucedido e apresentasse um pedido de desculpas, vem agora dizer que a conversão do processo de inquérito a Lopes da Mota em processo disciplinar, por haver indícios seguros de pressão sobre os delegados do MP encarregados do caso Freeport, não prova que essas pressões tenham existido. É preciso fazer a prova delas no local próprio. E consequentemente acusou de oportunismo político os partidos que exigiram a demissão do magistrado dos lugares que ocupa.
Então, se a lógica de Vitalino Canas e do PS é esta como se atreveram eles a responsabilizar o PCP pelos incidentes da Alameda sem que tivessem primeiramente recorrido aos tribunais para provar a sua autoria moral no sucedido? Que comportamento é este de um partido que se arvora em Papa da democracia?
O que o PS porventura teme, e dai o seu imenso nervosismo, é que isto não pare aqui. Provavelmente parará. Mota será sacrificado e aceitará o sacrifício a troco de uma vantagem que lhe será proporcionada quando o assunto já estiver esquecido. É assim que as coisas funcionam em Portugal…
Curiosamente, nos países anglo-saxónicos o elo mais fraco da cadeia quando se apercebe que vai ter de suportar sozinho o rebentamento da onda, normalmente fala e conta tudo. Por que será que entre nós isso nunca acontece?
O PS, depois de tudo o que disse a propósito do incidente da Alameda entre alguns manifestantes e Vital Moreira, em que exigiu que o PCP assumisse as responsabilidades do sucedido e apresentasse um pedido de desculpas, vem agora dizer que a conversão do processo de inquérito a Lopes da Mota em processo disciplinar, por haver indícios seguros de pressão sobre os delegados do MP encarregados do caso Freeport, não prova que essas pressões tenham existido. É preciso fazer a prova delas no local próprio. E consequentemente acusou de oportunismo político os partidos que exigiram a demissão do magistrado dos lugares que ocupa.
Então, se a lógica de Vitalino Canas e do PS é esta como se atreveram eles a responsabilizar o PCP pelos incidentes da Alameda sem que tivessem primeiramente recorrido aos tribunais para provar a sua autoria moral no sucedido? Que comportamento é este de um partido que se arvora em Papa da democracia?
O que o PS porventura teme, e dai o seu imenso nervosismo, é que isto não pare aqui. Provavelmente parará. Mota será sacrificado e aceitará o sacrifício a troco de uma vantagem que lhe será proporcionada quando o assunto já estiver esquecido. É assim que as coisas funcionam em Portugal…
Curiosamente, nos países anglo-saxónicos o elo mais fraco da cadeia quando se apercebe que vai ter de suportar sozinho o rebentamento da onda, normalmente fala e conta tudo. Por que será que entre nós isso nunca acontece?
3 comentários:
Por causa da lógica com que tudo "se passa" em Portugal... em que se aprendeu que, tarde ou cedo, há sempre "compensações" "à altura", capazes de justificar silêncios e sacrifícios?... estranho? não... afinal, isso é próprio de sociedades de compromissos e dependências próximas de uma certa moralidade assente na "honra" italianizada ou, melhor dizendo,
"berlusconizada"!?!... pois...
Que o PSD exija a demissão, que o PS se oponha, acho tristemente normal.
Diferente é a atitude pessoal do tal senhor. Como é que ele se pode sentar à mesa da próxima reunião do Eurojust?
Já houve tempos em que dei demasiada importância ao colectivo, hoje, até por razões afectivas e de prazer do afecto por almas gémeas, também pela minha solidão epicurista de ter de responder perante mim próprio, pessoa, estou cada vez mais a dar importância ao indivíduo, à sua riqueza única e irrepetível.
Por isto, pouco me interessa o que diz o papagaio Vitalino Canas, mas chateia-me que haja um tal senhor magistrado que não se sente obrigado a apresentar imediatamente a sua demissão, não porque o PS quer (de facto não quer), mas porque a sua dignidade devia querer.
O sistema está de tal maneira incorporado, no circulo das pessoas que ocupam cargos de relevância e onde todos sabem os podres de todos, que pedir a demissão está logo à partida posta de parte.
O tempo tudo apaga e daqui a meia dúzia de dias já tudo foi esquecido, porque a maratona das eleições centrará todas as atenções.
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