UM DISCURSO A RETER
A viagem do Papa à Palestina e a Israel é uma viagem difícil, tem de reconhecer-se, qualquer que seja a qualidade em que a faz.
Sem se ter uma informação completa do périplo que o Papa está fazendo, corre-se sempre o risco, quando se emite opinião sobre o que se passou, de vir a ser desmentido pelos factos.
Parece todavia seguro que o Papa não disse aquilo que o establishment reaccionário de Israel gostaria de ter ouvido. Os judeus gostam que permanentemente lhes peçam perdão e que quem fala com eles ou para eles se sinta moralmente desconfortável e, por isso, menos livre para criticar ou condenar as barbaridades que eles têm cometido nestes últimos anos (que já são muitos). Nesse aspecto, o Papa andou bem, tendo dito o que disse sem concessões ao tipo de discurso que gostaria de ter sido ouvido.
Hoje, na Palestina, em Belém, a fazer fé no que noticiam as agências, igualmente se tem de elogiar a acção do Papa quando apelou à criação de um Estado palestiniano independente (“Uma pátria soberana na terra dos vossos antepassados!”), evocou as vítimas do ataque israelita a Gaza (“A martirizada Gaza”), chorou a sorte dos refugiados que desde a criação do Estado de Israel tiveram de abandonar as suas terras (“O meu coração está com todas as famílias que ficaram sem as suas casas”) e pediu o fim do bloqueio à faixa de Gaza.
Sem comentários:
Enviar um comentário