Como já aqui dissemos muitas vezes, o Governo abordou muito negativamente a crise financeira em Portugal.
A tipificação das intervenções governativas, embora corresponda ao que de melhor se propôs lá fora para salvar o sistema, ficou muito aquém do desejável, se não mesmo do necessário, para o fim que tais medidas tinham em vista.
Não é exagerado repeti-lo: alguns bancos deveriam ser salvos, não porque fossem dignos de qualquer consideração no plano da ética dos negócios (era assim que se diziam as coisas na insuspeita América), mas apenas porque a sua falência poderia causar danos incalculáveis à chamada economia real e, em última instância, às pessoas. Logo, as intervenções que viessem a ser decididas nunca poderiam traduzir-se numa benesse para os bancos, mas destinarem-se antes inequivocamente a apoiar a economia real.
O Governo, mal a crise financeira eclodiu em força, começou por atacar, o modelo neoliberal e os seus principais intérpretes, Wall Street e o FMI. Só que esta critica, como depois se veio a constatar, era puramente retórica e sem qualquer tradução no plano prático. Desde então, o Governo mais não fez do que legislar e actuar em plena em plena concordância com os interesses do capital financeiro.
Os diplomas normativos que regulam aquelas intervenções são vagos, propositadamente vagos para permitirem ao governo actuar com a máxima discricionariedade, e deixam no limbo o que deveria ser o interesse determinante das respectivas intervenções.
Por isso, não admira que o Governo tenha comprometido vultosos recursos públicos para salvar um banco que é um caso de polícia, a ponto de nem sequer ter nacionalizado os activos da sociedade que o detinha, e tenha agora participado numa complicada manobra financeira, da qual é o principal garante, para salvar o banco dos ricos.
A situação é tão escandalosa que da esquerda à direita ninguém tem dúvidas sobre a natureza da intervenção. Todas a condenam e somente os accionistas beneficiados, o Governo e o inefável Constâncio a defendem.
A situação é já politicamente tão grave, principalmente por a intervenção patrocinada pelo Governo contrariar tão frontalmente as anteriores palavras do Ministro das Finanças, que o próprio Governo se vê na necessidade de vir dizer que a sua intervenção está garantida pelos activos do banco. O que para qualquer observador minimamente atento parece ser uma falsidade: se o banco tinha activos para suportar um empréstimo de um consórcio bancário, porque precisa do aval do governo?
Não, a verdade não é esta. A verdade é outra: o Governo comprometeu dinheiros da Caixa Geral de Depósitos, que são dinheiros públicos, e “obrigou” os demais bancos a conceder um empréstimo que eles não queriam fazer. O que somente se compreende num clima de grande intimidade com o capital financeiro.
A tipificação das intervenções governativas, embora corresponda ao que de melhor se propôs lá fora para salvar o sistema, ficou muito aquém do desejável, se não mesmo do necessário, para o fim que tais medidas tinham em vista.
Não é exagerado repeti-lo: alguns bancos deveriam ser salvos, não porque fossem dignos de qualquer consideração no plano da ética dos negócios (era assim que se diziam as coisas na insuspeita América), mas apenas porque a sua falência poderia causar danos incalculáveis à chamada economia real e, em última instância, às pessoas. Logo, as intervenções que viessem a ser decididas nunca poderiam traduzir-se numa benesse para os bancos, mas destinarem-se antes inequivocamente a apoiar a economia real.
O Governo, mal a crise financeira eclodiu em força, começou por atacar, o modelo neoliberal e os seus principais intérpretes, Wall Street e o FMI. Só que esta critica, como depois se veio a constatar, era puramente retórica e sem qualquer tradução no plano prático. Desde então, o Governo mais não fez do que legislar e actuar em plena em plena concordância com os interesses do capital financeiro.
Os diplomas normativos que regulam aquelas intervenções são vagos, propositadamente vagos para permitirem ao governo actuar com a máxima discricionariedade, e deixam no limbo o que deveria ser o interesse determinante das respectivas intervenções.
Por isso, não admira que o Governo tenha comprometido vultosos recursos públicos para salvar um banco que é um caso de polícia, a ponto de nem sequer ter nacionalizado os activos da sociedade que o detinha, e tenha agora participado numa complicada manobra financeira, da qual é o principal garante, para salvar o banco dos ricos.
A situação é tão escandalosa que da esquerda à direita ninguém tem dúvidas sobre a natureza da intervenção. Todas a condenam e somente os accionistas beneficiados, o Governo e o inefável Constâncio a defendem.
A situação é já politicamente tão grave, principalmente por a intervenção patrocinada pelo Governo contrariar tão frontalmente as anteriores palavras do Ministro das Finanças, que o próprio Governo se vê na necessidade de vir dizer que a sua intervenção está garantida pelos activos do banco. O que para qualquer observador minimamente atento parece ser uma falsidade: se o banco tinha activos para suportar um empréstimo de um consórcio bancário, porque precisa do aval do governo?
Não, a verdade não é esta. A verdade é outra: o Governo comprometeu dinheiros da Caixa Geral de Depósitos, que são dinheiros públicos, e “obrigou” os demais bancos a conceder um empréstimo que eles não queriam fazer. O que somente se compreende num clima de grande intimidade com o capital financeiro.
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