O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, garantiu ontem em Bruxelas que em Portugal não há documentos que comprometam o actual ou os anteriores governos sobre a questão dos voos da CIA.
Fala quem sabe. Luís Amado era Secretario de Estado da Cooperação e dos Negócios Estrangeiros (número dois do ministério) à época em que foi feita em Espanha, pela embaixada americana, a diligência agora tornada pública. Depois, a partir de 2005, foi Ministro da Defesa e é, desde Julho de 2006, Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Embora a afirmação, se estiver bem transcrita pelo jornal, pareça exagerada – dizer que não existem documentos em Portugal é uma afirmação bem mais abrangente do que a que contemplasse apenas os ministérios onde exerceu e exerce funções - deve ser tomada à letra.
Recorde-se que em Espanha o Ministro Moratinos nem sequer consegue garantir que o documento publicado não esteja nos arquivos do ministério; em Portugal, pelo contrario, há outras certezas: não há documentos.
Se não há documentos, e acho que o Ministro fala com perfeito conhecimento de causa, não vale a pena procurá-los. O Ministério Publico vai ter que trilhar outras vias para continuar a investigação. Insisto nas fontes abertas...que podem eventualmente levar a resultados não desmentidos pelo Ministro, que apenas garante que não há documentos, como noutras ocasiões já garantiu não ter conhecimento de que em Portugal houvesse prévio conhecimento dos voos da CIA.
Se o MP insistir na busca da prova por documentos, vai ter que esperar que os arquivos americanos se abram, quer pelo decurso do tempo quer por outra razão, para ter a certeza de que não houve em Portugal contactos semelhantes aos ocorridos em Espanha.
Observação final: os jornalistas parece não se terem ainda dado conta de que houve em Portugal uma alteração, digamos qualitativa, nesta questão dos voos da CIA depois das revelações espanholas. Ou sou eu que estou a ser ingénuo...
Fala-se genericamente em voos da CIA, embora se saiba que nem todos os voos de transporte de prisioneiros sequestrados tivessem sido efectuados em aviões da CIA ou por ela fretados. Muitos desses voos foram operados pelas forças armadas americanas.
ADITAMENTO
Só acho estranho que nenhum jornalista tenha perguntado ao Ministro. "Então, o Sr. não se sente desconsiderado e não acha que o seu país foi menorizado por os americanos não lhe terem pedido autorização para escalar o território nacional com prisioneiros a bordo"?
ADITAMENTO
Interessante a resposta do Ministro da Defesa, Rui Pena, à época da diligência feita em Espanha. "A mim ninguém me disse nada! Nunca ninguém me referiu o que quer que fosse" Essas comunicações costumam ser feitas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, disse o ex-Ministro.
Fala quem sabe. Luís Amado era Secretario de Estado da Cooperação e dos Negócios Estrangeiros (número dois do ministério) à época em que foi feita em Espanha, pela embaixada americana, a diligência agora tornada pública. Depois, a partir de 2005, foi Ministro da Defesa e é, desde Julho de 2006, Ministro dos Negócios Estrangeiros.
Embora a afirmação, se estiver bem transcrita pelo jornal, pareça exagerada – dizer que não existem documentos em Portugal é uma afirmação bem mais abrangente do que a que contemplasse apenas os ministérios onde exerceu e exerce funções - deve ser tomada à letra.
Recorde-se que em Espanha o Ministro Moratinos nem sequer consegue garantir que o documento publicado não esteja nos arquivos do ministério; em Portugal, pelo contrario, há outras certezas: não há documentos.
Se não há documentos, e acho que o Ministro fala com perfeito conhecimento de causa, não vale a pena procurá-los. O Ministério Publico vai ter que trilhar outras vias para continuar a investigação. Insisto nas fontes abertas...que podem eventualmente levar a resultados não desmentidos pelo Ministro, que apenas garante que não há documentos, como noutras ocasiões já garantiu não ter conhecimento de que em Portugal houvesse prévio conhecimento dos voos da CIA.
Se o MP insistir na busca da prova por documentos, vai ter que esperar que os arquivos americanos se abram, quer pelo decurso do tempo quer por outra razão, para ter a certeza de que não houve em Portugal contactos semelhantes aos ocorridos em Espanha.
Observação final: os jornalistas parece não se terem ainda dado conta de que houve em Portugal uma alteração, digamos qualitativa, nesta questão dos voos da CIA depois das revelações espanholas. Ou sou eu que estou a ser ingénuo...
Fala-se genericamente em voos da CIA, embora se saiba que nem todos os voos de transporte de prisioneiros sequestrados tivessem sido efectuados em aviões da CIA ou por ela fretados. Muitos desses voos foram operados pelas forças armadas americanas.
ADITAMENTO
Só acho estranho que nenhum jornalista tenha perguntado ao Ministro. "Então, o Sr. não se sente desconsiderado e não acha que o seu país foi menorizado por os americanos não lhe terem pedido autorização para escalar o território nacional com prisioneiros a bordo"?
ADITAMENTO
Interessante a resposta do Ministro da Defesa, Rui Pena, à época da diligência feita em Espanha. "A mim ninguém me disse nada! Nunca ninguém me referiu o que quer que fosse" Essas comunicações costumam ser feitas ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, disse o ex-Ministro.
Sem comentários:
Enviar um comentário