sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O ESTATUTO DOS AÇORES

MAIS UM COMENTÁRIO

Quando a gente pensa que já está tudo dito sobre os Estatutos dos Açores, eis que surgem novos motivos de interesse para justificar o comentário.
Em primeiro lugar, as declarações de Eanes. Com o seu comentário, Eanes acaba por dar razão a Pires Veloso. Um obscuro major alcança a Presidência da República sem ninguém ter percebido porquê. Nem antes, nem depois do exercício dos mandatos. Exercendo o poder em períodos difíceis, sem nenhuma experiência democrática nem política, sempre sujeito a múltiplas influências, Eanes nunca conseguiu afastar do exercício da função presidencial a ideia da sua experiência mais próxima: comandante de quartel. Em consequência de alianças de circunstância, sempre instrumentais por parte de quem lhas prestava, Eanes foi somando vitórias e derrotas, acabando por ser derrotado quando ficou só e já sem préstimo. Podia ter aproveitado o tempo entretanto decorrido para aprender como funciona o sistema político português. Pelos vistos, não percebeu. Continua na mesma.
Em segundo lugar, as declarações de Manuel Queiró sobre o voto do CDS. Estas declarações fazem jus ao que aqui escrevi sobre a recente debandada do CDS. Queiró, como membro destacado da ala mais próxima da génese do partido e da ideia que presidiu à sua formação, tem dificuldade, por razões ideológicas, em compreender a estratégia de Portas. Isto, apesar de ele próprio, numa altura em que Cavaco tinha reduzido o CDS à sua ínfima expressão, ter protagonizado no Parlamento, mercê de uma série de equívocos, um dos ataques mais violentos a Cavaco, como Primeiro-ministro, e ter depois sido ele próprio alvo de uma demolidora resposta de Cavaco.
Em terceiro lugar, a espantosa atitude do PSD, que, acusando o PS de guerrear o Presidente da República, absteve-se na votação…

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