UM GOVERNO DE CENTRO-DIREITA
Com a designação de Robert Gates para a Defesa, de Hillary Clinton para os Estrangeiros, Eric Holderpara a Justiça e James Jones (ex-comandante supremo da NATO na Europa entre 2003/06) para Conselheiro de Segurança Nacional, Obama completou o essencial do seu governo.
É um governo de centro-direita, tanto segundo os padrões europeus, como segundo os norte-americanos.
Grande decepção para a ala esquerda do partido democrata e grande decepção também para todos os que, tanto na América, como no resto do mundo, acreditaram que a “mudança”, tantas vezes anunciada e prometida, seria por contraposição à habitual política de Washington. Não é. Agora já se sabe que não é. A mudança é apenas por referência à política de Bush. Mais concretamente: encerrar Guantánamo (se conseguir resolver alguns problemas jurídicos que lhe estão associados), sair do Iraque quando for possível (Bush, mais tarde ou mais cedo, também o faria) mais multilateralismo à Bill Clinton (ou seja, “vejam lá se concordam comigo”) e mais proteccionismo. Internamente, que é o que verdadeiramente interessa a Obama, haverá alterações mais significativas relativamente à política de Bush, principalmente nos impostos, na saúde, na educação e no ambiente. Difícil seria não haver! Veremos se em Wall Street tudo fica mais ou menos na mesma ou se haverá mudanças significativas. Se houver, saber-se-á nos primeiros dois ou três meses de governo.
E vamos também ver como nas questões internas Obama se entende com o Congresso, principalmente com a Câmara dos Representantes, eleita em época de grande crise e cuja maioria está claramente à sua esquerda.
O futuro dirá se, para o mundo em geral, Obama será mais um presidente americano ou se será um presidente que faz diferença.
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