terça-feira, 16 de dezembro de 2008

PAULO PEDROSO E GUANTÁNAMO



“UMA NOTÍCIA QUE NOS ORGULHA”


Já aqui tivemos oportunidade de referir a comunicação de Ana Gomes aos membros do Parlamento Europeu apoiando a iniciativa de Luis Amado. Já vimos também que Ana Gomes parece mais interessada em facilitar a vida à nova administração americana e em apoiar a direcção do PS em vésperas de eleições para o Parlamento Europeu do que propriamente em defender os direitos dos presos de Guantánamo. E se, de caminho, puder atacar Durão Barroso, tanto melhor.
Agora o que não estávamos à espera era que Paulo Pedroso também aplaudisse o apoio de Ana Gomes à iniciativa de Amado, a ponto de afirmar que se trata de “uma notícia que nos orgulha”. Não porque da chamada “esquerda” do PS se não possa esperar tudo, mas tão-somente por uma questão de inteligência e, vá lá, de um mínimo de coerência.
É que, tal como os prisioneiros de Guantánamo que não foram julgados nem sobre cuja conduta recaiu qualquer acusação, também Paulo Pedroso esteve preso preventivamente por suspeita de crime infamante sem que a essa prisão se tenha seguido qualquer acusação. E tal bastou para que Paulo Pedroso tivesse considerado gravemente atingida a sua reputação, a ponto de haver deduzido um pedido de indemnização contra o Estado, não obstante não haver qualquer evidência de que a prisão tenha sido ilegal ou tenha excedido o tempo legalmente previsto.
Imagine o Paulo Pedroso como ele se sentiria, considerando-se inocente, se durante a sua prisão preventiva um governante “socialista” de um país amigo viesse propor ao Governo português a sua disponibilidade para o receber no seu país, a fim de livrar o Estado português do imbróglio em que se metera?
Aposto que quem gostava de ler o post de Paulo Pedroso era Catalina Pestana…

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