quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O ERRO IMPOSSÍVEL

A IMPUNIDADE DOS BATOTEIROS

É praticamente impossível que o lance do golo anulado ao Benfica no jogo de segunda-feira à noite contra o Nacional se tenha devido a um simples erro do árbitro ou ao critério por ele usado na interpretação da lei.
Erro não foi. O árbitro estava perto do lance e ele próprio, para que não houvesse dúvidas, primeiro por gestos e depois por palavras, se encarregou de explicar que o jogador que estava no chão tocou a bola com a mão, alterando a trajectória da bola.
É uma explicação que se aceita e eu até concordo com ela, mediante uma simples adenda, apesar das leis do International Board dizerem expressamente que somente há falta se houver a intenção de jogar a bola com a mão. Todavia, como é muito difícil aferir da intencionalidade do agente, mesmo no decurso de um julgamento, muito mais o será num jogo de futebol em que o juiz tem de decidir no momento com base no que vê. Por isso, aceita-se que um árbitro perfilhe como critério de interpretação da lei o princípio de que sempre que a bola toque no braço ou não mão haverá falta, desde que o braço não esteja completamente junto ao corpo. Dito de outra maneira: só não haverá falta se o braço estiver colado ao corpo, de tal modo que a bola se não batesse no braço bateria no corpo e sempre a sua trajectória seria alterada no mesmo sentido.
Não posso afirmar, apesar de ter visto a jogada várias vezes, que o jogador do Benfica que estava caído no chão tivesse braço completamente junto ao corpo. Pareceu-me que tinha, no momento em que a bola lhe bate, mas não tenho a certeza.
Vamos então admitir que o árbitro teve no instante, porventura por estar mais perto do lance, a certeza que eu não tenho, marcando consequentemente a respectiva falta.
Mas se este é o critério de interpretação que o árbitro usa como se pode explicar que um ou dois segundos antes ele não tenha marcado falta (penalty) por um jogador do Nacional ter alterado com a mão dentro da área a trajectória de uma bola jogada por um jogador do Benfica?
Não há outra explicação: o árbitro fez batota. E pior ainda: vai ficar impune por nada se provar...


3 comentários:

Cives et Polis disse...

Vim até aqui... vi uma listagem de grandes vultos da nossa cultura, um site bem construído e, afinal, o que se discute... é um erro de um árbitro, logo qualificado de batoteiro. Este espaço promete mais e vejo nele - a aqui voltarei para outras opiniões já escritas ou a escrever - uma aptidão mais vasta... Puxa, nem uma palavrinha sobre o que apitou contra a Naval e que deu 3 pontinhos que podem ser decisivos... mas nem disso quero saber...
Sugestão: criação de outro blogue para futebol, deixando este para outros temas.
Simples sugestão, repito...

FJCoutinhoAlmeida disse...

Declaração de interesses: sou portista e - reafirmo - muito amigo do CORREIA PINTO.
Já lho disse a outros propósitos: "gosto muito da tua POLITEIA, não gosto nada da tua FUTEBOLTEIA"...
É que o futebol obnubila-nos o pensamento...
Depois, sendo POLITEIA um excelente blogue de análise politico-social, sempre baseado em critérios de um racionalismo seguro, não liga vir, de vez em quando, a futebolite aguda, baseada na emoção.
Portanto, estou plenamente de acordo com o comentário anterior.
Zé Manel, deixa lá o Benfica para as conversas de café ...
POLITEIA NÃO CONSENTE MISTURAS COM REALIDADES MUITO COMPLEXAS ...

Cives et Polis disse...

Gostaria apenas de esclarecer para não parecer um comentário clandestino que o meu cives et polis está, de momento, exclusivamente sediado em http://cives.blogs.sapo,pt
Estará aqui se e logo que tenha um pouco mais de conhecimentos de templates e ferramentas a utilizar.