quarta-feira, 3 de junho de 2009

A AGENDA ANTI-BARROSO DE SOARES


EM QUESTÃO A PRESIDÊNCIA DA COMISSÃO EUROPEIA

Depois de várias ameaças e outras tantas críticas ao putativo candidato indigitado à Comissão Europeia, Mário Soares, na esteira de Ana Gomes, conseguiu finalmente lançar entre os notáveis um pequeno movimento de contestação ao apoio que certos chefes de governo socialistas já concederam a Durão Barroso para mais um mandato à frente da Comissão Europeia.
Este movimento poderá fazer todo o sentido enquanto movimento de natureza puramente clubista: apoiar um “nosso” em vez de apoiar um dos “outros”, embora politicamente se não perceba muito bem que diferença possa haver entre um presidente socialista e um presidente como Durão Barroso. Afirmar que tal apoio constitui um “verdadeiro suicídio político” para os socialistas é manifestamente um exagero e é apenas mais uma das típicas demagogias dos socialistas que tendem sempre a vincar as diferenças do que é acessório para escamotearem a consonância de posições com a direita sobre tudo o que é essencial.
É caso para perguntar a Mário Soares e aos demais socialistas que se juntaram ao apelo contra Barroso quem governou maioritariamente a União Europeia a 15, quem ainda hoje a governa maioritariamente a 28, isoladamente ou em coligação, e quem foi, portanto, responsável pela implementação do programa neoliberal que indiscutivelmente constitui a sua matriz. É caso até para dizer que as maiores objecções à construção neoliberal vieram sempre da França, cujas posições eram muito desdenhadas em Bruxelas pelos socialistas.
Se Mário Soares e outros socialistas portugueses estão realmente empenhados numa agenda política de combate ao neoliberalismo devem começar pela própria casa e não lhes faltarão certamente bons motivos para se manterem activos.
E se apelo tem como causa remota o apoio concedido por Barroso à guerra do Iraque não deixa de ser espantoso que ele esteja também assinado por Aleksander Kawaniewski, ao tempo presidente a Polónia, grande apoiante, com tropas, da invasão do IRaque!

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