sexta-feira, 26 de junho de 2009

BCP: A PROVA DE FOGO DO MINISTÉRIO PÚBLICO



BANQUEIROS ACUSADOS


Mais um banco acusado de ter sido assaltado pelos seus administradores. A notícia pode fazer a primeira página dos jornais, embora na realidade nada tenha de novo. Desde que o capitalismo financeiro se tornou no principal motor da economia capitalista, vai para uma ou duas décadas, toda a gente se apercebeu de que o sistema, tal como funcionava, permitia todas as irregularidades e vigarices. Em todo o mundo, e não apenas em Portugal, os governos, subservientes, não tinham autonomia para agir, e as entidades reguladoras, coniventes, fechavam os olhos. Depois foi o que se viu: roubaram os clientes,” lícita” ou ilicitamente, e mergulharam a economia no caos. Fica-se com a sensação de que a partir de determinada altura as autoridades em geral desistiram de querer saber o que se passou e passaram a estar muito mais interessadas em evitar as piores consequências do que se passou, despejando sobre os bancos rios de dinheiro que os contribuintes, a seu tempo, pagarão.
O que entre nós se estava a passar no BCP foi sendo denunciado por aqueles que, estando mais próximos, mas não tirando qualquer vantagem das manobras em curso, quiseram defender os seus investimentos. Depois, a entidade reguladora, no seu jeito brando e apaziguador, acabou por intervir, embora o essencial – isto é, o crime – tivesse sobrado para o Ministério Público.
O MP que tem coleccionado inúmeros falhanços nas suas acusações tem aqui a sua verdadeira prova de fogo. Ou consegue que sejam exemplarmente condenados aqueles que acusa e "salva a honra do convento” ou não consegue e ninguém acredita mais na justiça em Portugal. Por isso este processo é, a vários títulos, um processo exemplar!

3 comentários:

jvcosta disse...

E tendo Vital Moreira exigido que o PSD se pronunciasse sobre o BPN, não devia vir agora exigir que o Opus Dei se pronunciasse sobre o BCP?

JMC Pinto disse...

Bem visto!
CP

Anónimo disse...

O problema são as pessoas qiue foram prejudicadas neste processo (clientes) que têm as suas vidas adiadas enquanto a nossa Justiça não actua....