sábado, 29 de março de 2008

AINDA A DIREITA BEM PENSANTE, AGORA NUMA VERSÃO SEMI-ERUDITA


A CRÓNICA DE JPP NO PÚBLICO SOBRE A GUERRA DO IRAQUE

Numa outra manifestação da direita bem pensante, agora em versão semi-erudita, Pacheco Pereira, depois de todas as barbaridades que já disse e escreveu sobre a guerra do Iraque, nomeadamente as últimas, que fizeram as delícias da blogosfera, vem agora defender a teoria de que há, na política de quem governa, dois tipos de mentiras. A mentira má e a mentira boa. A má é condenável; a boa é indispensável. (Para filósofo, como ele gosta de ser tratado, esta questão de o critério de distinção ser no primeiro caso moral e no segundo utilitário, deixa-nos logo um pouco desorientados. Mas prossigamos…). Não se pense que o Iraque é uma mentira boa. Não, nada disso. No Iraque não houve mentira, já que o “bando dos três” (lamento, mas não há quarto…os “anfitriões”, podem ficar na fotografia, mas não contam para a decisão) estava convencido de que havia armas de destruição massiva no Iraque! Mais: até os RESPONSÁVEIS (tão grandes responsáveis, só mesmo com maiúsculas!) militares do Iraque estavam convencidos da existência daquelas armas! Mais ainda: que estavam guardadas sob o controlo dos filhos de Saddam! Logo, Bush actuou como deve actuar um governo responsável! O erro dele foi ter-se deixado levar pelo “pide bom” (esta é minha, claro) que, com aquela anacrónica ideia de obter uma resolução do Conselho de Segurança, o obrigou a fabricar provas para apresentar aos membros do Conselho!
Pacheco Pereira depois de ter escrito tudo isto, mas a sério, tem ainda o descaramento de se perder em múltiplas considerações para demonstrar que aquela convicção era legítima.
Se não fossem as conotações que sinceramente quero evitar, eu diria que Pacheco Pereira está a precisar de tratamento psiquiátrico. E com a mudança que vai haver na América, a necessidade de tratamento vai acentuar-se!
Para evitar as conotações, posso antes dizer que ele está cada vez mais parecido com o Luís Delgado, que, comentando em directo as eleições presidenciais americanas de 1992, se recusou a admitir que Bush (pai) as tivesse perdido para Clinton! E este nunca mais se curou…

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