Depois da vitória de Zapatero no passado domingo e da troca de cumprimentos com o recém-eleito presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Varela Rouco, admitia-se que a Igreja cessasse de combater, ou, pelo menos, atenuasse a sua cruzada contra as leis do Estado, recentemente confirmadas pelo voto popular. Houve até quem, com mais optimismo, tivesse depreendido da carta que Rouco enviou a Zapatero, depois das eleições, o começo de uma nova era.
Pouco tempo foi necessário passar para que uma conhecida figura dos sectores mais radicais da hierarquia eclesiástica espanhola, Antonio Cañizares, Cardeal de Toledo, confirmar a um jornal italiano, que a Igreja não tem por que se censurar por ter combatido o Governo do PSOE. “Não somos contra a democracia, mas a favor dela. Quem nega o direito à vida é que está contra a democracia e conduz a sociedade ao desastre”.
Para este Cardeal, a Espanha de hoje é a vanguarda da revolução relativista, sobretudo depois de o governo socialista ter aprovado leis que “negam a evidência da natureza e da razão, que confiam ao Estado a formação moral dos jovens, (leis) que se propõem fundar uma nova cultura baseada numa concepção falsa de liberdade”.
Esta luta contra a “ditadura do relativismo” encabeçada por Bento XVI tem muitas semelhanças com as posições doutrinais dos neocons americanos da Administração Buch, também elas muito influenciadas pelo crescente papel desempenhado pelas Igrejas evangélicas na vida política. Tanto eles como o Papa estão firmemente convencidos da sua concepção da verdade e, por isso, dispostos a impô-la aos outros (no caso de Bush, a ferro e fogo). Na verdade, Raztinger é de opinião que há valores pré-democráticos que emanam da natureza da convivência social e que devem informar a posterior construção do consenso. É ele, Papa, quem o diz. “O Estado deve aprender que existe uma base de verdade que não pode ser comprometida pelo consenso, mas que o antecipa e o torna possível”.
Com mais ou menos elaboração teórica Papa, neocons e fundamentalistas islâmicos, no plano dos princípios, não andam longe uns dos outros.
Pouco tempo foi necessário passar para que uma conhecida figura dos sectores mais radicais da hierarquia eclesiástica espanhola, Antonio Cañizares, Cardeal de Toledo, confirmar a um jornal italiano, que a Igreja não tem por que se censurar por ter combatido o Governo do PSOE. “Não somos contra a democracia, mas a favor dela. Quem nega o direito à vida é que está contra a democracia e conduz a sociedade ao desastre”.
Para este Cardeal, a Espanha de hoje é a vanguarda da revolução relativista, sobretudo depois de o governo socialista ter aprovado leis que “negam a evidência da natureza e da razão, que confiam ao Estado a formação moral dos jovens, (leis) que se propõem fundar uma nova cultura baseada numa concepção falsa de liberdade”.
Esta luta contra a “ditadura do relativismo” encabeçada por Bento XVI tem muitas semelhanças com as posições doutrinais dos neocons americanos da Administração Buch, também elas muito influenciadas pelo crescente papel desempenhado pelas Igrejas evangélicas na vida política. Tanto eles como o Papa estão firmemente convencidos da sua concepção da verdade e, por isso, dispostos a impô-la aos outros (no caso de Bush, a ferro e fogo). Na verdade, Raztinger é de opinião que há valores pré-democráticos que emanam da natureza da convivência social e que devem informar a posterior construção do consenso. É ele, Papa, quem o diz. “O Estado deve aprender que existe uma base de verdade que não pode ser comprometida pelo consenso, mas que o antecipa e o torna possível”.
Com mais ou menos elaboração teórica Papa, neocons e fundamentalistas islâmicos, no plano dos princípios, não andam longe uns dos outros.
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