HILLARY CONTINUA?
As primeiras projecções das primárias de hoje apontam para uma vitória do Obama em Vermont (15 delegados) e no Texas (193) e para uma derrota no Ohio (141). A questão que se vai pôr, se as projecções se confirmarem, é a de saber os resultados obtidos serão suficientes para assegurar a sua investidura na convenção de Denver. Por outras palavras, se Hillary se mantém na corrida ou se desiste.
Apesar de a vitória no Texas, a confirmar-se, representar um ganho de delegados superior ao de Ohio e de a diferença de votação no Texas entre os candidatos ser superior à obtida por H. Clinton no Ohio, nem por isso deve ter-se por certo o afastamento de Hillary. É que o estado de Ohio vale mais que os 141 delegados que confere. Ohio é na tradição eleitoral americana o estado de que se precisa para chegar à Casa Branca. Tem fama de representar a média exacta do eleitor americano.
Ohio, durante muitas décadas um dos grandes centros da indústria americana, nomeadamente do automóvel, é hoje um estado fustigado pelo desemprego resultante da deslocalização. Teme-se que a General Motors em 2009 despeça cerca de um terço dos trabalhadores da fábrica de Lordstown, o maior empregador da região. E tem-se por certo que a fábrica da Ford em Maumee encerrará as suas portas no fim deste ano. Outros encerramentos estão previstos, sempre em consequência da deslocalização das respectivas unidades industriais para a Ásia.
É por esta razão que os dois candidatos entraram numa verdadeira competição de ofertas económicas aos habitantes de Ohio, que o The Wall Street Journal (porventura não inocentemente) contabiliza em 900.000 milhões de dólares. Medidas que vão desde a penalização fiscal a empresas que exportem postos de trabalho até à redução de impostos às famílias trabalhadoras, passando por uma larga lista de intervenções de natureza social. Não admira, por isso, que a “bête noir” desta campanha tenha sido o Tratado norte-americano de comércio livre (NAFTA) e tenha sido a seu respeito que mais se digladiaram os candidatos.
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