GOVERNO PORTUGUÊS ADMITE A POSSIBILIDADE DE REFORÇAR PRESENÇA MILITAR NO AFEGANISTÃO
O Ministro da Defesa, Severiano Teixeira, admitiu ontem no Parlamento a possibilidade de Portugal reforçar a sua presença militar no Afeganistão. Se assim acontecer, Portugal será dos primeiros países a responder afirmativamente à solicitação do Secretário de Estado da Defesa, Robert Gates, que reclama um envolvimento muito mais substancial da Nato naquele país.
Embora a presença militar no Afeganistão seja legítima, à luz do direito internacional, já que tem lugar ao abrigo de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, ela nem por isso deixa de ser politicamente discutível, enquanto presença militar da NATO. Mesmo sem suscitar esta questão, a mais elementar prudência reclamaria que se deixasse clarificar a situação política nos Estados Unidos, que têm eleições presidenciais em Novembro, para depois se actuar. Além de que, um maior envolvimento de tropas portuguesas num palco de guerra cada vez mais complexo não deve fazer-se completamente à revelia da opinião pública. De facto, os portugueses não sabem nada do que se passa no Afeganistão. As poucas notícias que os mais informados vão tendo recolhem-nas na imprensa, nomeadamente na internacional, não sendo, portanto, politicamente razoável que o país se vá cada vez mais envolvendo numa guerra cujos contornos minimamente domina.
Este tarefismo da política externa portuguesa face ao que são as prioridades conjunturais da política externa norte-americana tem, sob muitos aspectos, sido atenuado durante a legislatura Sócrates – crê-se que por sua influência – mas os principais instigadores desta política, ao menor pretexto, aí estão de novo a impor “o politicamente correcto”, sempre com o apoio caudatário daqueles que nos media fazem da política externa portuguesa um apêndice da americana.
Com excepção do processo de ratificação do Tratado de Lisboa, que constitui o ponto negro da actuação internacional de Sócrates, é justo sublinhar que, durante o seu mandato à frente do Governo, Portugal tem, tanto quanto possível, manifestado na condução da sua política externa uma independência que não tem paralelo com a actuação de qualquer outro governo constitucional. São exemplos disso, entre outros, a realização da Conferência EU-África com a presença de Robert Mugabe, apesar da fortíssima oposição do Reino Unido e de alguma oposição interna, tanto institucional como de outra ordem, a visita de Chavez, apesar da áspera “guerrilha” que mantém com a Administração Bush e na sequência do episódio protagonizado pelo Rei de Espanha, o modo como foi recebido Vladimir Putin nas vésperas da cimeira UE-Rússia e a recepção do Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, no exacto dia em que o Conselho de Segurança examinava a aplicação de novas sanções.
O Ministro da Defesa, Severiano Teixeira, admitiu ontem no Parlamento a possibilidade de Portugal reforçar a sua presença militar no Afeganistão. Se assim acontecer, Portugal será dos primeiros países a responder afirmativamente à solicitação do Secretário de Estado da Defesa, Robert Gates, que reclama um envolvimento muito mais substancial da Nato naquele país.
Embora a presença militar no Afeganistão seja legítima, à luz do direito internacional, já que tem lugar ao abrigo de uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, ela nem por isso deixa de ser politicamente discutível, enquanto presença militar da NATO. Mesmo sem suscitar esta questão, a mais elementar prudência reclamaria que se deixasse clarificar a situação política nos Estados Unidos, que têm eleições presidenciais em Novembro, para depois se actuar. Além de que, um maior envolvimento de tropas portuguesas num palco de guerra cada vez mais complexo não deve fazer-se completamente à revelia da opinião pública. De facto, os portugueses não sabem nada do que se passa no Afeganistão. As poucas notícias que os mais informados vão tendo recolhem-nas na imprensa, nomeadamente na internacional, não sendo, portanto, politicamente razoável que o país se vá cada vez mais envolvendo numa guerra cujos contornos minimamente domina.
Este tarefismo da política externa portuguesa face ao que são as prioridades conjunturais da política externa norte-americana tem, sob muitos aspectos, sido atenuado durante a legislatura Sócrates – crê-se que por sua influência – mas os principais instigadores desta política, ao menor pretexto, aí estão de novo a impor “o politicamente correcto”, sempre com o apoio caudatário daqueles que nos media fazem da política externa portuguesa um apêndice da americana.
Com excepção do processo de ratificação do Tratado de Lisboa, que constitui o ponto negro da actuação internacional de Sócrates, é justo sublinhar que, durante o seu mandato à frente do Governo, Portugal tem, tanto quanto possível, manifestado na condução da sua política externa uma independência que não tem paralelo com a actuação de qualquer outro governo constitucional. São exemplos disso, entre outros, a realização da Conferência EU-África com a presença de Robert Mugabe, apesar da fortíssima oposição do Reino Unido e de alguma oposição interna, tanto institucional como de outra ordem, a visita de Chavez, apesar da áspera “guerrilha” que mantém com a Administração Bush e na sequência do episódio protagonizado pelo Rei de Espanha, o modo como foi recebido Vladimir Putin nas vésperas da cimeira UE-Rússia e a recepção do Ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, no exacto dia em que o Conselho de Segurança examinava a aplicação de novas sanções.
Sem comentários:
Enviar um comentário